UMA MÃO CHEIA DE TROFÉUS.

Começo a crónica por afirmar que desta vez batemos os recordes em levantar cedo para a ir correr; afinal, é preciso coragem para sair da cama a essa hora. Mas, caros amigos e leitores, acalmem-se, somos loucos, mas não tanto. Este madrugar deve-se unicamente ao facto de termos de partir bem cedo para Sevilha e assim enfrentar as 6 horas de viagens para Sevilha.

Dois aspectos a referenciar: o primeiro, que não houve atrasos significativos e assim conseguimos cumprir com o horário estipulado. Este facto tem mais relevo tendo em consideração que alguns dos atletas se fizeram acompanhar pela respectiva família (mulher e filhos) o que seria susceptível de gerar atrasos. Assim fica ilustrado que a nossa responsabilidade começa mesmo muito antes de começarmos a correr e a defender as nossas cores; o segundo aspecto prende-se com a identificação do grupo. Finalmente conseguimos ultrapassar mais um pormenor que, não parecendo importante, o é de facto. A equipa apareceu trajada com a nova indumentária (fato de treino novo), que, para além de nos proteger do frio, permite uma melhor identificação. Assim, fica arrumada a questão da disformidade que se vinha registando, pelo facto de muitos de nós usarem fatos de treino de anos e modalidades diferentes. Já o éramos, mas hoje parecemos ainda mais uma equipa.

1. º DIA

Partimos então de Loures bem cedo, com destino a Moscavide, onde iríamos recolher os restantes elementos da comitiva. Mais duas equipas deram corpo a esta delegação, o Super Estrelas e o Clube de Atletismo de Vale de Figueira, perfazendo cerca de meia centena de amantes do atletismo que se deslocaram até à Andaluzia nesse domingo.

A viagem decorreu sem sobressaltos. Antes de chegarmos a Sevilha realizámos duas paragens. Uma para o pequeno-almoço (Alentejo) e outra para o almoço já a uns 30 quilómetros de Sevilha, para o almoço. A chegada ao hotel deu-se pouco passava das 15 horas. Com os quartos distribuídos, rapidamente a grande maioria se lançou na aventura de conhecer aquela zona de Sevilha. Como é habito, uma das paragens obrigatórias foram as farmácias, onde em menos de 30 minutos o stock de Reflex (vulgo Sheltox) ficou esgotado.

Depois de conhecidos alguns locais nas imediações do hotel, alguns de nós cumpriram as indicações do treinador. Havia de fazer 30 minutos de corrida contínua para atenuar os efeitos da viagem. Eles foram cumpridos com rigor, com uma coluna de corredores a passar pela principal avenida do centro de Sevilha em direcção a um parque situado nas margens do rio Guadalquivir. Como era de esperar, tudo correu bem.

2.º DIA

Com a saída do hotel marcada para as 8h30, tínhamos de tomar o pequeno-almoço cedo. Foi o que aconteceu. Alguns de nós tiveram de esperar alguns minutos porque o desajuno só seria serviço às 7h30. Era um banquete completo, e a maioria de nós não se fez rogada, principalmente porque havia de carregar as baterias para enfrentar os 21,80 km que nos levariam até Los Palácios.
Chegámos bem cedo ao local da partida, com o Dinis Sousa a fazer as últimas recomendações, nomeadamente que só partíssemos para o aquecimento, para satisfação realização de necessidades ou tomar o último café depois de ele distribuir os dorsais; assim foi, ninguém contrariou. Depois de alguns acertos de ordem administrativa junto da organização, estávamos pronto para o aquecimento. A partir daí os níveis de adrenalina sobiram em flecha, a vontade de ir à casa de banho é constante, pelo que há que saber controlar e esperar pelo tiro de partida, porque depois disso passa logo a vontade.

A PROVA

Pelo número de atletas que aos poucos se ia juntando perto da partida, facilmente se percebia que ia ser uma prova muito participada. Nesse momento já toda a estratégia estava montada, agora era só mesmo correr e esperar que o organismo reagisse bem ao esforço e que a prova fosse excelente. Foi o que aconteceu para um punhado de atletas que defendiam directamente as cores do CCD, com destaques para a Susana Adelino, com uma excelente posição (5.ª da geral feminina), principalmente se tivermos em consideração que havia atletas africanas em prova. Para o Eurico Charneca, que se estreou no escalão com o 1.º lugar, o José Pereira, também 1.º no respectivo escalão, e o Paulo Póvoa, 3.º lugar no escalão. De forma menos directa o João Vaz – habitualmente corre pelo Vale do Silêncio –, que desta vez, por força de uma inscrição colectiva, se viu na pele de atleta do CCD, a conseguir arrecadar a 1.ª posição no seu escalão.

O REGESSO

Sem qualquer nota de registo, resta fazer referência ao excelente trabalho dos motoristas da C. M. Loures, que nos levaram e trouxeram com toda e segurança e tranquilidade, principalmente porque o êxito da equipa também passa por estes aspectos. Como balanço fica a satisfação de tudo ter corrido bem e de termos trazido connosco mais uma mão-cheia de troféus e de termos levado o nome de Loures e de Portugal aos ouvidos e à memória de quem, de forma maciça, encheu as estradas dos arredores de Sevilha.

A REGISTAR

Não esquecer que no dia 27 participaremos na São Silvestre de Lisboa e que é já a 11 de Janeiro que a competição a doer começa. O "Troféu Corrida das Colectividade" arranca nesse domingo com a prova da Cooperativa "A Sacavenense". Já sabem, são cerca de 6200 metros, com algumas subidas bem duras, por isso há que afinar bem o motor.
Um abraço

e feliz Ano Novo a todos

Luís Lourenço